Motor Home e a travessia do Parque Nacional Tongariro
Nesta etapa da nossa viagem deixamos a Carmem Miranda e a Ratatouille de férias, conseguimos uma relocação de Motor Home, tínhamos cinco dias para fazer o percurso de Christchurch até Auckland, como foi pouco tempo, escolhemos alguns locais em que não conseguiríamos fazer de bicicleta.
O nosso primeiro destino foi Kaikōura, uma das cidades mais afetadas no terremoto que houve no ano passado, a estrada ainda está em reconstrução e uma parte dela fecha durante a noite. Além de ser uma cidade de praia super charmosa, Kaikōura é um destino turístico famoso devido ao passeio de observação de baleias e também por conta do nado com os golfinhos.
No dia seguinte fizemos a travessia com o ferry da Ilha Sul para a Ilha Norte, chegamos na cidade de Wellington, a capital da Nova Zelândia, passamos o dia com o Ramonzinho, um amigo nosso de Aracaju que também esta aqui na NZ. Aproveitamos para conhecer melhor a capital, afinal já havíamos passado muito rapidamente pela cidade. Wellington é uma cidade grande, com muitos prédios, e foi possível perceber a diferença entre as duas ilhas, em relação à natureza e a forma das cidades.
Uma das coisas que estava em nossa lista era a travessia do Parque Nacional Tongariro, a distância de Welligton até o estacionamento de Mangatepopo, ponto de partida da trilha, são de 340km. Saímos pela manhã e passamos o dia na estrada, a nossa intenção era chegar o mais próximo do parque, para começarmos a caminhada bem cedinho, devido ser uma das trilhas de um dia mais famosas da Nova Zelândia, o parque recebe centenas de turistas todos os dias.
A travessia do Tongariro é uma trilha de 19,4km feita entre 8 e 9 horas, o que vai depender muito do seu ritmo e condição física. É um desafio percorrer essa distância em um terreno montanhoso, por este motivo, é muito importante que você esteja preparado com roupas e sapatos adequados e tenha no mínimo uma vida física ativa. Além disso é um destino muito procurado pelo os apaixonados pela trilogia do filme Senhor dos Anéis, já que foi cenário de algumas cenas importantes do filme. O percurso ganha pontos extras por passar por vulcões ativos e os lagos esverdeados.
Deixamos o Motor Home no estacionamento localizado no ponto final da trilha (Ketetahi), onde as vagas são limitas, por isso é importante chegar cedo para garantir um espaço. O estacionamento do ponto de partida da trilha tem uma permanência máxima de quatro horas, portanto a recomendação é estacionar no ponto final e pegar um Shuttle Bus, que custa $35,00NZD por pessoa, e leva para o começo da caminhada (Mangatepopo).
Começamos a trilha por volta das oito e meia da manhã, que possui um início tranquilo e plano. Após uma hora de caminhada, um anuncio alerta: “Você esta realmente preparado para continuar?” Esse é um ponto da trilha, que ainda se pode retornar, a partir dali não tem como desistir! Rs É o começo da caça ao cume, a escalada, esse trecho não foi a parte mais difícil, por incrível que pareça, fomos no meu ritmo (devagar e sempre! Rs). Seu cenário único é digno de cenas de filme, como as de O Senhor do Anéis. A paisagem é tão incrível que nem percebíamos o cansaço.
Pouco antes de chegar na parte mais alta da travessia, a cratera vermelha, fizemos uma pausa para descansar e fazer um lanche. Nesse ponto, a 1700m acima do nível do mar, podíamos apreciar toda a área do Parque Nacional Tongariro. A partir dali só nos restava mais uma subida, o cume do vulcão, a 1800m, e o momento mais esperado, a vista dos lagos verdes com sua beleza única. Aquele momento em que mais uma vez, não conseguimos parar de admirar a perfeição da natureza. Porém para chegar na beira dos lagos tínhamos que enfrentar a decida mais íngreme e de areia fofa, a parte mais difícil de toda a travessia na nossa opinião.
Após os lagos foram eternas três horas e meia de descida. Conforme nos aproximávamos da chegada entrávamos dentro da floresta que fica do outro lado do vulcão. A trilha do Tongariro impressiona pela diversidade de paisagem que possui, desde o seu começo até o fim, talvez por isso seja uma das mais desejadas do país. Terminamos a trilha por volta das cinco horas da tarde e o cansaço era muito grande tomando conta de nós.
Com o objetivo concluído, seguimos para a Lago Taupo, sendo o maior da Nova Zelândia e onde passamos a noite. A cidade que o margeia leva o mesmo nome e infelizmente não tivemos a oportunidade de conhecer bem, porém pelo pouco que vimos, é uma cidade cheia de charme as margem do lago. Pela manhã, nos despedimos do Ramon, nosso companheiro de trilha que voltaria para Wellington, e em seguida partimos para Auckland pois tínhamos horário marcado para devolver o Motor Home.
Ficamos uma semana em Auckland na casa de nossos amigos, onde pudemos descansar as pernocas após a travessia do Tongariro, e também matar a saudade e compartilhar desta nossa nova fase com pessoas especais. Palavras nunca serão o suficiente para agradecer, todo o carinho e amor que recebemos durante essa uma semana, são amigos que a Nova Zelândia nos deu de presente, são pessoas que abriram a porta de suas casas pra nos receber como se fossemos da família. Obrigado mais uma vez pelo cuidado e zelo conosco, nos seremos eternamente gratos por tudo, e esperamos que de alguma maneira possamos retribuir a hospitalidade.